Amanda Costa

Astrologia Poética

Drops Astrais

Mario Quintana Carta Natal:
01/08/2025

O Mapa Astrológico de Mario Quintana

30/07/1906, 20h30min, Alegrete-RS
Sol em Leão, Ascendente em Peixes, Lua e Meio-Céu em Sagitário

No Mapa Astral de Mario Quintana viceja o elemento Fogo, revelando a potência luminosa deste poeta que a si chamava um “aprendiz de feiticeiro”. O Sol - força central que representa a essência do ser, a natureza individual e a identidade - está em Leão, onde manifesta a pleno a força de criação do astro-rei. Na quinta casa, referente a este signo, enfatiza a necessidade de viver a criatividade e de expressá-la de uma forma pessoal, genuína e autoral. Também em Leão está o planeta Mercúrio, ligado ao intelecto, à comunicação, à fala, aos escritos e a todas as formas de linguagem, posicionado na casa do trabalho. Essas configurações refletem sua inventividade exuberante e o brilho de sua expressão, o intenso crepitar das ideias e das palavras que se manifestava em diferentes formas de produção literária. Além da poesia, na qual se notabilizou, foi colaborador em jornais, revistas, editoras e traduziu várias obras de escritores de língua inglesa e francesa.

Uma Lua quase Cheia iluminava lindamente a noite de seu nascimento. Situada em Sagitário, o centauro arqueiro, também signo de Fogo, corrobora para o talento literário, o conhecimento de línguas estrangeiras e sua ampla formação cultural. A Lua simboliza as emoções, os sonhos, os artistas, os poetas, as crianças e os lunáticos (“o louco da aldeia”). Está culminante, em conjunção com o Meio-Céu, o ponto mais alto do Mapa Astral, que tem relação com a vida pública e profissional. Este posicionamento é consonante com o fato de ter se tornado uma pessoa conhecida, especialmente como o poeta que ficou impresso na história e em nossa memória afetiva. Pelas flechas de Sagitário deixou sua marca no tempo e no espaço, lançando seus versos cheios de beleza e vigor: “nobre animal, o poeta”. Também em elevação está o planeta Urano, correspondente à sua irreverência e singularidade. Nunca seguiu correntes ou ideários da moda literária, fazia sua arte de modo original e livre. Dominava formas clássicas como o soneto, por exemplo, que subvertia.

Além do Fogo, amalgamando tudo há forte presença do elemento Água, que simboliza os sentimentos e as inspirações. Mario navegava pela vida com a fluidez do Ascendente em Peixes - sensível, empático e refinado. Ao seu olhar, universos pequeninos se tornam ilimitados. Sob sua lupa de atento observador mostra a afeição pelas coisas miúdas, prosaicas e cotidianas, nas quais percebe os verdadeiros mistérios e complexidades. Em verso ou em prosa, profundas filosofias são transcritas em estilo coloquial, com a sofisticação da simplicidade. No signo de Peixes, o Ascendente é acompanhado pelo planeta Saturno, o velho sábio, que mantém a distância com anéis de gelo, contemplando as marés da existência como o “menino na vidraça, o menino de aquário” de sua infância com saúde delicada. O adulto reservado era anfitrião generoso na intimidade. Envolto nas brumas oceânicas de fumaça, entre cigarros e cafés conversava com suas musas, inventando mundos e fundos sem nunca perder a piada.

Nos “Quintanares” conviviam a luminosidade solar e os tons submarinos, as intuições sutis, o humor, a ironia fina, a melancolia e a sintonia com os sentimentos demasiadamente humanos. Saltimbanco que ri e que chora, mago brincalhão das palavras e iluminador de emoções, o espelho de sua poesia refletia as ambiguidades de todos nós. Abracadabra!